Com apoio do Fundo de Apoio à Cultura do DF, jovens e alunos da EJA aprenderam técnicas de radialismo e gravaram produções sobre temas sociais e ambientais.
O som das vozes de cerca de 150 estudantes do Centro de Ensino Fundamental 5 (CEF 5) de Sobradinho agora vai ecoar além dos muros da escola. Nesta quinta-feira (14), alunos do ensino integral, com idades entre 12 e 14 anos, e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) receberam certificados pela participação na terceira edição da Oficina de Rádio para Jovens que Planejam Voar — projeto financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC).
A iniciativa, criada pelo jornalista e radialista Dioclécio Luz, reuniu 15 profissionais da comunicação para orientar, na teoria e na prática, sobre o funcionamento do rádio. Entre 6 e 14 de maio, os participantes tiveram cinco encontros para aprender sobre produção, roteiro, locução e edição, utilizando um estúdio montado em sala de aula, com microfones, fones de ouvido e equipamentos profissionais.
Mais que técnicas, o projeto buscou desenvolver a autoestima e o protagonismo dos jovens, a partir de temas atuais como racismo estrutural, violência contra a mulher, bullying, desmatamento do Cerrado e LGBTfobia. “A ideia é partir da realidade deles e mostrar que todos têm opinião. Quando eles começam a se soltar, a alegria é imensa”, disse Dioclécio.
A professora de língua portuguesa Cristina Iris Figueiredo destacou que o trabalho em grupos mistos ajudou a derrubar barreiras de preconceito. “Esses assuntos muitas vezes não são debatidos na escola. O projeto mostra que todos podem ser protagonistas e pesquisadores, independentemente do gênero”, afirmou.
Para Evelyn Vitória, aluna do 8º ano, o desafio virou descoberta. “Nunca tinha visto esse tipo de equipamento e gostei muito. Se tiver oportunidade, quero estudar mais e participar de outros projetos como esse”, contou.
Cronograma de atividades
No primeiro encontro, os estudantes aprenderam sobre linguagem radiofônica, diversidade musical, técnicas de locução e indústria cultural. Depois, discutiram jornalismo comunitário e temas relevantes para a comunidade.
A etapa seguinte abordou a organização de equipes e a produção de programas, passando por roteiro, pesquisa, operação técnica e locução. No penúltimo encontro, trabalharam grade de programação e edição. Por fim, gravaram os programas, que serão transmitidos na Rádio Eixo, parceira do projeto. Uma cartilha pedagógica acompanhou todo o processo como material de apoio.