“Empreendedorismo como alternativa à miséria e à violência”, por Julia Lucy

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A inquietude sempre fez parte da minha vida, desde pequena. A graduação em Ciência Política e a aprovação em três concursos públicos não me bastaram. Então, quando me especializei em Políticas Públicas e Gestão Governamental e em Gerência de Projetos, fui picada pela mosca do empreendedorismo.

Vejo potencial nas pessoas. Elas são capazes, se tiverem apoio, de chegar onde quiserem chegar. Empreender, para mim, também é fomentar o desenvolvimento de outras.

A #LigaDelas é fruto dessa minha certeza. É, de fato, a realização do desejo de fazer a diferença na vida das pessoas. Unir esforços, transformar vidas, fomentar a realização de projetos de independência financeira e emocional. Mudar, enfim, a realidade de pessoas – mulheres, especialmente – cercadas de uma realidade de frustrações que, sozinhas, não conseguem modificar.

Até porque, no Brasil, há uma imensa lacuna de incentivos para que essas mulheres possam buscar seu crescimento como profissionais e se lançarem em cargos de gestão e liderança.

Eu entendo que se todas estivermos unidas num propósito, se formos financeiramente independentes e conseguirmos ocupar nosso espaço como líderes e gestoras, estaremos verdadeiramente rompendo as barreiras da desigualdade econômica e social que dividem o mundo entre conquistas masculinas e espaço feminino.

Quando nós, mulheres, somos referências umas para as outras, demonstramos que as mulheres podem, sim, ocupar todos os espaços que desejarem.

Hoje, nossa startup reúne 500 mulheres. São empreendedoras que, por meio de uma rede, tentam capacitar outras mulheres para que elas possam alcançar os espaços de liderança, empreendedorismo e vanguarda.

O objetivo é promover o empreendedorismo feminino, a construção de conexões, novos negócios, a troca de serviços e parcerias e a transformação social por meio da capacitação profissionalizante a mulheres em situação de vulnerabilidade social.

Trocando experiências na #LigaDelas, nos apoiamos mutuamente para crescimento, fortalecimento da autoconfiança e para a colocação dos talentos individuais à disposição do coletivo.

Também queremos estimular o desenvolvimento de novas formas de negócio, a criatividade, o uso de novas tecnologias e o empreendedorismo.

Claro que empreender não é fácil. Claro que precisamos de muito esforço pessoal, muita compreensão da realidade do nosso negócio. E muito suor.

Mas empreender é a saída para muitas mulheres que não teriam outra chance, porque não têm como sair de casa para trabalhar e com quem deixar os filhos. Nesse caso, uma ideia, um negócio, podem ser a saída para uma vida de dependência e, muitas vezes, de violência doméstica.

Acredito firmemente que essa pode ser a saída para milhares de mulheres.

Somos mulheres criativas. É isso que nos define.

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