As novas rotinas de trabalho durante a pandemia

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Com a adoção das medidas de isolamento social por conta da pandemia causada pelo novo coronavírus, o mundo do trabalho foi obrigado a se reinventar parar não paralisar suas atividades. Com exceção das atividades essenciais, que continuam funcionando, boa parte dos trabalhadores se encontram em casa.

Dentro deste cenário, o home-office ou trabalho remoto, como também é conhecido, tem ganhado espaço como forma de atuação de diversas empresas. Mas, qual são as percepções dos profissionais acerca deste novo modelo e quais benefícios isso traz para a produtividade das empresas?

Em termos de legislação, o teletrabalho só apareceu nas leis trabalhistas em 2017, após a recente reforma que adicionou a modalidade. Antes disso, o home-office era uma prática mais comum para empresas do ramo tecnológico, em startups e modelo de trabalho de profissionais autônomos de áreas como design, comunicação e tecnologia da informação.

O home-office consiste basicamente na realização das atividades de trabalho de maneira remota, utilizando ferramentas virtuais para entregar resultados, sem sair do ambiente doméstico. Apesar desta transversalidade entre o morar e o trabalhar no mesmo ambiente, o antropólogo José Luis da Silva explica que cabe a cada profissional definir bem o seu ambiente de trabalho de maneira ampla.

“A casa, conhecida como o lugar do morar e cozinhar, do descanso, tem seu território compartilhado com as atividades de trabalho. é importante manter uma distinção clara entre esses dois mundos”, destaca o especialista.

Para Silva, manter horários bem definidos, bem como ambientes dedicados as atividades são importantes para que o profissional se mantenha focado. ” Nem todas as pessoas possuem um escritório em casa para esta finalidade, mas é importante entender que enquanto você estiver em horário de trabalho, atividades paralelas comuns do ambiente domésticos devem ser colocadas de lado, criar um distanciamento simbólico entre estar em casa e estar trabalhando, apesar de ser o mesmo espaço”.

A coordenadora administrativa Sâmia Almeida relata que a nova rotina exigiu muita dedicação no início. “Nunca havia trabalhado de casa antes, até porque sempre desempenhei funções de atendimento, algo que necessite de uma atenção presencial. Com a pandemia, todos do meu setor tivemos que nos adequar à nova realidade”, afirma.

No começo, conta a profissional “foi muito estressante. Fazíamos uma série de reuniões, a maioria improdutivas, as demandas ficavam sem um responsável claro, o que prejudicou a nossa produtividade”. Sâmia afirma que as coisas começaram a melhorar a partir da adoção de ferramentas de planejamento na gestão do tempo e em treinamentos oferecidos pela empresa para rotinas remotas. “Foi um processo de desapego, percebemos que muitas atitudes tomadas eram desnecessárias, uma reeducação de hábitos”, comenta.

Pesquisa aponta aumento da produtividade e qualidade de vida

Professores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, divulgaram um estudo sobre os impactos do trabalho remoto para a produtividade das empresas e na vida dos funcionários.

Os professores Raj Chodhury e Cirrus Foroughi, queriam entender se a flexibilidade de escolha do local de trabalho afetava a produtividade. Após analisarem diversas profissões, a dupla optou por conduzir o estudo com técnicos em patentes dos Estados Unidos.

Em um período curto, os profissionais avaliados no estudo começaram a intercalar o trabalho entre escritório e casa; tempos depois, a sede foi reduzida e todos passaram ao esquema remoto em tempo integral.

Após o término da pesquisa, os resultados apresentados foram bem significativos. A produtividade dos técnicos aumentou 4,4% e a qualidade do trabalho não foi afetada, já que não se apresentou um aumento no número de erros ou a recorrência do retrabalho.

Como todo o trabalho é realizado pela internet, muitos técnicos aproveitaram o benefício e se mudaram para locais com menor custo de vida, o que se converteu em uma renda maior sem a necessidade de aumento, apontaram os resultados.

A pesquisa demonstrou também que, funcionários que moravam relativamente próximos, a cerca 40 quilômetros de distância, apresentavam um desempenho ainda melhor, por conta da troca de experiências.

Os resultados reforçaram a tese de que, ao contrário do que se temia, políticas de home office ou programas mais flexíveis podem trazer vantagens reais para as companhias.

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